Chega O Antiprogreso: Móveis Retro, Alimentos Orgânicos, Retiros De Silêncio..

Chega O Antiprogreso: Móveis Retro, Alimentos Orgânicos, Retiros De Silêncio.. 1

Diante de um futuro que oferece pânico, o universo ocidental tem se refugiado pela nostalgia do passado. Todas são manifestações de um novo movimento de resistência. É o auge dos Antiprogreso. No século XVII, um grupo de médicos suíços construiu um tratamento pioneiro contra a saudade, considerada, sendo assim, uma doença. A receita consistia na combinação de ópio, sanguessugas e uma caminhada na montanha.

mais de quatrocentos anos depois, é evidente que não surtiu muito efeito. Hoje continuamos a brigar contra o mesmo mal-estar, apesar de com uma receita atualizada: antidepressivos, dieta detox e corrida. A saudade, esse sentimento de perda e saudade do passado, se transformou em pandemia.

  • Um exercício de classificação completo
  • Oliveró nega estar por trás de desordeiros
  • 8 copos de água quente
  • trinta de julho e já foi lançado em incalculáveis países como a Áustria, a Finlândia, a

o ardor espiritual do Ocidente. Em um desencanto que não encontra alívio e em volta do qual você está montando um movimento de resistência. Os atléticos têm o Cholismo e os nostálgicos, o Antiprogreso. Está por todas as partes. Como chegamos a isto? Todas essas são manifestações do Antiprogreso e explicam por que no cruzamento de caminhos contemporâneo, diversos resolvem pautar-se por uma placa de madeira do ontem e não pelas luzes diodo emissor de claridade do amanhã.

meio-dia de uma quarta-feira de maio. Vários trintões entram e saem no recém inaugurado Carrefour Bio, o primeiro supermercado biológico da cadeia em Portugal. Nos 150 metros quadrados, este esquinazo estratégico de Malasaña (Madrid) se são capazes de localizar salsichas de tofu, o suco de aloe vera e sementes de chia.

De fundo, como vestígio sonoro Da cena, quando o bairro não tinha nem barba nem ao menos bicicleta, soa A negra flor de Rádio Futura. Tecno-expressões. Vivem no meio urbano e vêem com ceticismo o desenvolvimento tecnológico. Teresa é vegana e estudante de mestrado.

No dia anterior, comprou o leite de amêndoa, iogurtes de soja, pão, legumes e cereais. Há 4 anos vivia em Berlim, onde o consumo verde estava “superestablecido”. “Aqui não se sabia aproximadamente nada, me chamavam de perturbado quando voltava e pedia qualquer coisa bio; sem demora cada vez surpreende menos”, explica. No cesto de Yolanda, artista e galerista, há batatas e tomate, cujo valor duplica o convencional. “E isso que eu não irei economicamente sobra”, admite. Teresa e Yolanda compartilham filosofia slow e reconhecem que essa maneira tem “muito de moda”. Acreditar que o verde é melhor pelo motivo de é mais um modelo do progresso do Antiprogreso.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman prontamente vislumbrava este fenômeno em teu ensaio Retrotopía, publicado há algumas semanas (Ed. Ele alertava que o futuro deixou de ser o habitat natural das esperanças pra tornar-se um caso de pesadelo. Terror, repetido até quatro vezes Bauman em um mesmo parágrafo. Não incerteza. Não desconfiança. Nem pessimismo. O Terror. O pai da modernidade líquida e quem melhor soube interpretar a mudança civilizacional do século XX, morreu antes de visualizar sua última reflexão nas livrarias. Entretanto, o conceito de retrotopía, a idéia do passado como refúgio em um tempo de abundantes perigos (do despejo à transformação climática, da robotização do trabalho ao mal de Alzheimer), é a certeza de que ele sobreviverá várias décadas.

Essa ideia foi desaparecendo”, expõe Manuel Cruz, professor de Filosofia e autor de Ser sem tempo e truques do passado. “Se você observar imediatamente, no momento em que falamos do futuro, que se fala pouco, o fazemos em aspectos muito técnicos, do tipo ‘No ano 2050, a medicina terá conseguido, não entendo o que’.

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