Ao desabar da noite, a cidade mergulha nas trevas. Uma enérgica economia de disputa foi instalado pela capital síria. Uma inquietante impressão de paz habita a mesquita dos omíadas, um dos edifícios mais sagrados do islã. É a primeira hora da tarde de uma sexta-feira e inúmeras dezenas de espíritos peregrinam pelos solos de reluzente mármore que levam para as estadias interiores. O minbar (púlpito), um par de operadores de tv grava o sermão que um teólogo, apoltronado numa poltrona baixa, dada a um grupo de discípulos, sentados com as pernas cruzadas sobre a carpete.
A normalidade parece dominar a mesquita e seus arredores, a cidade velha de Damasco. Seis longos anos de briga civil depois, a azáfama ainda transita o souk Al Hamidiya, com tuas abóbodas ruas pedonais onde Hussein vende tapetes chegadas do sul Sweida e norte de Aleppo. Quarenta e dois anos. Apesar de suas frases, as escaramuças continuam a 10 quilômetros da capital síria.
Hussein, pai de duas ventosas. Ao desabar da noite, a cidade -desperdigada pela encosta da montanha pedregosa de Qasiun – se imerso nas trevas. Uma rígida economia de batalha foi instalada em lares, como o de Marwan, uma arrependida que, enfundada em um encantador hijab (lenço islâmico) à busca de um par de sandálias entre as barracas do mercado.
Alguns metros mais para pequeno, em direção ao labirinto de ruelas do centro histórico, a clientela atenua os rigores do iminente verão e os defeitos financeiras agolpándose no concorrido balcão de Bakdash, a sorveteria usual de Damasco. Uma barahúnda de famílias roda as portas de um estabelecimento que a partir de 1895 envia o citado buza, um sorvete lugar, à base de sahleb (farinha), pistache e creme de leite.
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Yaser, o quarentão, que dirige uma jóia próxima ao estabelecimento mais adocicado da artéria. O perfil de quem visita o teu cubículo, atestado de ouro jóias, também tem variado. Os homens entre os vinte e os 40 anos abandonaram a geografia damascena.
Os que não se descobrem estabelecidos pela frente ou conheceram o “martírio”, puseram os pés em polvorosa para esquivar de executar o serviço militar em uma terra em batalha. Yaser. Como o sinal mais evidente do fenômeno, nos bazares famosos que cercam a cidade velha -onde vêm os vizinhos para receber o pão, carne, especiarias ou doces – os adolescentes têm substituído a mão-de-obra adulta. As indecisões do futuro levaram até o ourives, para os mais concentrados, que tentam coçar o bolso, e, como amassar uma pequena economia. Estados unidos e Europa. Alguns obstáculos que empreendedores como o treinteañero Yasin, dono de uma perfumaria, têm resistido recorrendo ao engenho. As dramáticas conseqüências do isolamento assombram os vizinhos da mesquita.